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Atropelador de ciclistas batia na mulher


Foi isso que apurou o site noticioso Último Segndo. Já dá pra ver o naipe do lazarento, né? O vagabundo já tem passagem pela polícia, andava por aí com um revólver calibre 38 e batia na mulher. Agora, pra quebrar a monotonia, resolveu matar quinze de uma só vez. Mas nem pra isso ele presta, porque não teve sucesso. A polícia ainda não sabe se prende o cara ou não. Talvez a polícia espere ele fugir pro paraguay, pra atropelar bicicletas importadas por lá. Guarde bem o nome do babacão: RICARDO JOSÉ NEIS.

Mas olha só como é a lei brasileira. O Neis deve ser enquadrado “no artigo 121 do Código Penal, por tentativa de homicídio duplamente qualificada – motivo fútil e redução de defesa da vítima, já que os ciclistas foram atropelados pelas costas”, diz o site Último Segundo. Como se as vítimas tivessem chance de defesa se estivessem com as bikes (de 20kg) viradas de frente para um carro de mil quilos.

Com muita razão, os ciclistas de POA agora vão fazer um protesto, como sempr fizeram, reivindicando a humanização do trânsito. Mas se as coisas já estão ruins assim, os caras ainda querem humanizar mais ainda?

Sou mais é a favor da animalização do trânsito, ou seja, retirar todos dos motores da rua e voltar ao tempo dos cavalos e carroças. Mil vezes a merda de cavalo, boi e jumento na rua, a ver esses mesmos animais atrás de um volante só fazendo cagada e matando gente.

Opinião sensata sobre o atropelamento de ciclistas em Porto Alegre

O bárbaro covarde que atropelou ciclistas em Porto Alegre, última sexta-feira, está dizendo que foi legítima defesa. E o pior é que já deu pra sentir, nas ruas da Capital Ecológica (Curitiba) a empolgação de motoristas que pensam exatamente como esse débil mental assassino. O Jornal Nacional, apresentado por dois fantoches, noticia o fato e mostra, no máximo, uma falsa expressão de indignação. Pelo menos o Alexandre Garcia, no Bom Dia Brasil, teve o bom senso de tecer esses convenientes cometários. Assista ao vídeo. E cuidado se for pedalar.  Atropelamento de ciclistas tá virando moda.  Não esqueça do artigo 29 do Código de Trânsito, que diz que os veículos automotores são responsáveis pela segurança dos pedestres e veículos não motorizados.  Quem dera o brasileiro fosse, ao menos, alfabetizado. Poderia ler o código.

Arma grande…

Com tanto bandido solto, a polícia prefere intimidar gente honesta. Foto: Bicicleteiros.

A polícia militar impediu que ciclistas em favor de transporte sustentável se expressassem e pedalassem livres pelas ruas, no último sábado (25/11),  na Capital Ecológica do Brasil.  Policiais mal preparados sacaram armas de grosso calibre, ameaçando ferir pessoas honestas e causar um grande desastre. A população em geral parece não entender mais quem é bandido e quem é policial. Em termos constitucionais, o dever da polícia é “servir e proteger”. Mas o que aconteceu neste fim de semana foi “humilhar e constranger”. Se soldados da polícia militar precisam apontar armas de grosso calibre para cicloativistas, é fácil concluir que eles não têm equilíbrio mental e responsabilidade suficiente para portar armamentos.

Paraná aderiu ao chavismo no trato com o cidadão. Foto: Bicicleteiros

A Bicicletada é uma manifestação expontânea legítima e mundial que acontece mensalmente em Curitiba e vários outros países. No mês de setembro as atividades se intensificam por conta do Dia Mundial Sem Carro: uma campanha em que a população motorizada da Capital Ecológica causa vergonha mundial porque definitivamente não adere. A Bicicletada é frequentada por famílias e não bandidos. Há mulheres, crianças, idosos e até animais. O poder público, ao admitir tal aberração por parte da polícia assina seu atestado de conduta indiferente, irresponsabilidade e mentalidade ditatorial, repressiva, contra a liberdade de expressão. Acima de tudo, contra a democracia e contra ações urgentes para diminuir as emissões de CO2. Agora, pergunte a um policial desses o que é CO2.

Webzine de Los Angeles comenta Critical Mass curitibana e posta fotos da Marcha

Posso até estar forçando a barra com esse título. Mas o fato é que enviei um relato do que os ciclistas de Curitiba passam por aqui a um muito provável primo meu, aficcionado por bicicletas, que vive em Los Angeles. O cara tem muita sensibilidade, como todos nós que queremos uma sociedade livre da cultura estúpida do automóvel. No site Bicycle Fixation, Richard Risemberg, postou o relato junto com duas fotos feitas pelo Óscar (Bicicleteiros) e fez um comentário muito estimulante para todos nós, que lutamos no dia-a-dia contra a ditadura motorizada. Segue o belo texto do comentário dele, que deve estar sendo lida por milhares de pessoas, com a minha tradução, que não é tão digna, mas dá pro gasto:

“Though the numbers are still small worldwide, more and more people each day are realizing that we’ve been bamboozled by car culture, whose airy delusions promoted in a million print and TV ads have metastasized into a dreary thralldom that saps the joy and strength out of our lives. Maybe thanks to Curitiba’s cyclists that town may someday actually deserve to be called an eco-city. Keep it up, folks! We’re with you!”

Tradução

Apesar dos números serem pequenos mundialmente, mais e mais pessoas estão entendendo, a cada dia, que estamos sendo ludibriados pela cultura do carro, cuja ilusão idealista promovida em milhões de anúncios impressos e televisivos tem se metastaseado rumo a uma sombria subserviência que suga a nossa alegria e vitalidade. Talvez, graças aos ciclistas de Curitiba, aquela cidade possa um dia merecer ser chamada de cidade ecológica. Em frente, pessoal! Estamos com vocês!”

Caso o leitor esteja interessado em ler o relato e ver as fotos (o Goura Nataraj passando a fixie dele por cima de um táxi e eu pedalando na Marcha das 1001 Bikes) que enviei para o Bicycle Fixation, é só clicar aqui.

Richard Risemberg (foto), fotógrafo, escritor, consultor, poeta, ciclista e aficcionado por rodas fixas é mantenedor do site http://www.bicyclefixation.com. Ele nasceu na Argentina e vive em Los Angeles. Muito provavelmente, Richard é meu primo. A diferença em nossos sobrenomes , segundo seu pai, Leon, existe por conta de um erro de registro. Foi muito interessante encontrar esta parte da família que tem a bicicleta nas veias. Richard também tem muito em comum comigo em relação ao trabalho dele.